Quais modificações ocorrem no corpo da mulher na gravidez ?
SISTEMA RESPIRATÓRIO
As modificações do sistema respiratório materno ocorrem devido à crescente demanda pelo oxigênio. Os níveis elevados de progesterona na gestação alteram o padrão de estimulação do centro respiratório no bulbo e ocasionando um acréscimo na ventilação alveolar. As alterações anatômicas são mais pronunciadas em torno da 37 semana e retorna ao normal após o parto sendo elas:
A caixa torácica apresenta um aumento de 2,0cm em seu diâmetro. Os ângulos subcostais têm um alargamento com elevação do diafragma em 4cm e a circunferência torácica aumenta até 6cm.
Maior movimentação do diafragma e do tórax, levando ao aumento do volume corrente, que é acomodado no espaço alveolar.
A expiração torna-se mais demorada. O espaço morto, a frequência ventilatória e a capacidade vital se alteram pouco. O volume minuto cresce de 7,5 litros para 10,5 litros.
Exercícios Respiratórios
Estes exercícios têm por objetivo levá-la à uma consciência de sua capacidade respiratória, melhorando, desta forma, sua oxigenação e a do bebê, bem como, promover uma ação calmante. Além de serem úteis na hora do parto.
Exercício 1:
Posição inicial: sentada em um banco, pernas afastadas à distância do quadril, pés apoiados no chão, mãos apoiadas sobre o tórax.
Ação: inspirar pelo nariz, sentindo o afastamento das pontas dos dedos, soltar o ar lentamente pela boca, sentindo que agora as pontas dos dedos se aproximam.
Repetições: 3 movimentos completos.
Exercício 2:
Posição inicial: sentada em um banco, pernas afastadas à distância do quadril, pés apoiados no chão, mãos apoiadas sobre o abdômen, logo abaixo dos seios.
Ação: inspirar pelo nariz, levando o ar até o abdômen, expandindo-o, sentindo o afastamento das pontas dos dedos, soltar o ar lentamente pela boca sentindo a aproximação das pontas dos dedos.
Repetições: 3 movimentos completos.
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SISTEMA URINÁRIO
Rins: aumento do peso do rim e discreto aumento de eu tamanho, Há aumento da vascularização renal com diminuição da resistência, levando ao aumento na taxa de filtração glomerular. Devido a essas alterações ocorre a perda de alguns nutrientes, além da diminuição das concentrações de ureia e creatinina.
Ureteres: sofrem compressão ou obstrução devido ao crescimento uterino e à congestão do plexo venoso ovariano.
Bexiga: ocorrem elevação do trígono vesical e espessamento de sua margem posterior intra- ureteral a partir da 20 semana de gestação, ocasionando seu alargamento. Ocorre diminuição do tônus muscular.
Uretra: Há aumento de seu comprimento como compensação da diminuição da complacência vesical, além de aumento de sua pressão interna para preservação da continência urinária.
SISTEMA CARDIOVASCULAR
Aumento da frequência cardíaca materna de 10 a 15 bpm.
Mudança do eixo cardíaco para a esquerda, para cima e anteriormente, devido à elevação do diafragma, que ocasiona desvio do eixo elétrico.
- Aparente cardiomegalia na radiografia de tórax associada a derrame pericárdio discreto.
- Hipertrofia do septo interventricular.
- Desdobramento da primeira bulha cardíaca.
- Aumento do debito cardíaco.
- Os níveis pressóricos arteriais na gestação sofrem importante ação das mudanças hormonais, como a vasodilatação periférica, ocasionada pela síntese aumentada de prostaglandina, que produz resistência a vasoconstritores circulantes, levando a diminuição da pressão arterial.
SISTEMA GASTROINTESTINAL
O sistema gastrointestinal se altera durante a gravidez. Com o progredir da gravidez, o útero em crescimento desloca o estômago e os intestinos. O esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal estão mais lentos, provavelmente devido a fatores hormonais ou mecânicos. Com o relaxamento do esfíncter esofagiano inferior, associada ao deslocamento do estômago e o aumento da pressão abdominal ocasiona episódios de pirose (refluxo de secreções ácidas). Hiperemia, amolecimento gengival e edema focal vascularizado ocasionam sangramento após traumatismos leve.
SISTEMA GENITAL
Útero e Vagina: A consistência uterina torna-se amolecida, com crescimento inicialmente desigual e formato piriforme. Com o progredir da gestação, o útero alcança o abdome e torna-se globoso. A vagina tem sua vascularização aumentada, e seu pH torna-se mais ácido, entre 3,5 a 6, resultado da maior produção de ácido lático a partir do epitélio vaginal pela secreção dos lactobacilos.
Ovários: Inicialmente forma-se o corpo lúteo, responsável pela produção de progesterona, que irá manter a gestação durante o primeiro trimestre. Após a 12 semana a placenta assume esta função e o corpo lúteo regride. Durante a gestação a ovulação ficará interrompida.
A mastalgia é um dos primeiros sinais clínicos de gestação e ocorre nas 5 primeiras semanas. Após o segundo mês as mamas aumentam de tamanho e tornam-se nodulares em virtude da hipertrofia dos alvéolos mamários. Ocorre maior pigmentação da aréola primaria. Em torno da 16 semana da gestação inicia-se a secreção do colostro. Na 20 semana surge a aréola secundária, caracterizada por maior pigmentação da pele e com limites imprecisos ao redo do mamilo.
PELES E ANEXOS
Estrias: Oriundas do estiramento das fibras colágenas, as estrias apresentam-se avermelhadas na gestação e brancacentas após o parto. Surgem principalmente no abdome, geralmente precedidas de intenso prurido nas mamas, nas nádegas e nas coxas. São dependentes da hidratação da pele e do grau de estiramento que esta sofre durante a gestação.
Eritema Palmar: ocorre sobre toda superfície palmar que se apresenta com vermelhidão.
Pigmentação: O padrão endócrino da gestação que altera a produção de estrogênio e progesterona, está relacionado às alterações da pele diagnosticadas na gestação. Como consequência, linha media do abdome torna-se pigmentada, assumindo uma cor preto-acastanhada e nas face surgem manchas acastanhadas. Estas alterações aumentam de acordo com a exposição à luz solar.
MODIFICAÇOES HEMATOLÓGICAS
O volume plasmático na gestação aumenta em relação aos níveis pré-gravídicos. O aumento do volume plasmáticos resulta em hipervolemia, com diminuição da viscosidade sanguínea levando a um quadro de hemodiluição. A hipervolemia é necessária para compensar as demandas do sistema vascular hipertrofiado do útero, equilibrar a queda do retorno venoso que ocorre devido a compressão da veia cava inferior e compensar também as perdas sanguíneas do parto.







